10 animais que falam pelos cotovelos
Sagui-de-bigode |
A língua do sagui-de-bigode acaba de ser decifrada, e pesquisadores agora comparam a comunicação desses pequenos primatas à dos seres humanos. O estudo, publicado na revista Biology Letters, observou que os chamados de alerta da espécie especificam o tipo de predador, como o carcará (ave predatória) ou o gato-do-mato (caçador de mamíferos). Os chamados também identificam onde está o predador, que pode estar “voando” ou “escondido no mato”.
Os chamados são vocalizados em uma sequência ordenada, semelhante à construção humana de frases. Cristiane Casar, principal autora do estudo, da Universidade de St. Andrews, relata que é "a primeira demonstração de um sistema sequencial de chamados de alerta em um animal não-humano com a capacidade de codificar tanto a localização como o tipo de ameaça predatória”.
Créditos: WIKIMEDIA COMMONS
Golfinhos |
Os golfinhos usam assobios específicos, os chamados assobios de assinatura, para atribuir nomes e informações, como sexo, idade, receptividade ao acasalamento e estado de saúde. Quando sentem falta dos amigos, os cetáceos vocalizam seus nomes.
"Os animais imitaram os assobios dos colegas dos quais foram separados, o que reforça nossa crença de que eles copiam a assinatura de outros golfinhos que desejam reencontrar”, explicou ao Discovery Notícias a pesquisadora Stephanie King, da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade St. Andrews.
Créditos: NASA
Gorila |
Os gorilas em estado selvagem possuem formas de comunicação variadas, como vocalizações, gestos, palmas e outros sinais. Em cativeiro, podem ser treinados para interagir com os seres humanos usando a linguagem de sinais.
Segundo The Gorilla Foundation, uma fêmea chamada Koko possui "um vocabulário de sinais com mais de mil palavras, que utiliza em sentenças complexas e perguntas. A maioria pertence à Linguagem de Sinais Americana (ASL), mas alguns sinais são gestos naturais (intrínsecos aos gorilas), outros são inventados (não ensinados) e outros ainda são sinais ASL ligeiramente modificados por Koko. Todos eles formam o que chamamos de Linguagem de Sinais dos Gorilas (GSL)”.
Créditos: MANTIS21, WIKIMEDIA COMMONS
Elefante-Asiático |
Um macho de elefante-asiático chamado Koshik consegue imitar a fala humana, segundo o pesquisador Tecumseh Fitch, da Universidade de Viena. Fitch contou ao Discovery Notícias que o vocabulário de Koshik até agora consiste em cinco palavras: annyong (olá), anja (sentar), aniya (não), nuo (deitar) e choah (bom).
"Algumas das palavras são comandos que Koshik aprendeu a executar, como “deitar” e “sentar”, e tudo indica que ele entende o significado dessas palavras", explica Fitch.
Créditos: MUHAMMAD MAHDI KARIM, WIKIMEDIA COMMONS
Chimpanzés |
A comunicação dos chimpanzés inclui uma mistura de gestos intensos, vocalizações e até linguagem de sinais. Os gestos acontecem frequentemente em sequência, como os chamados de alerta dos saguis-de-bigode, e refletem a mesma estrutura das frases humanas.
"Há enormes sobreposições entre gestos humanos e de chimpanzés", explica Mary Lee Abshire Jensvold, diretora-associada do Instituto de Comunicação Humana e de Chimpanzés. "Muitos de seus gestos, como tapas, cócegas, cutucões e chutes, são os que vemos nas brincadeiras humanas. Imagine uma luta de brincadeira entre duas pessoas, e verá dois chimpanzés brincando”.
Créditos: DELPHINE BRUYERE, WIKIMEDIA COMMONS
Papagaios |
Papagaios não são apenas imitadores automáticos. Eles podem aprender a linguagem humana e o significado de palavras específicas, sugere Jonathan Balcombe, pesquisador do Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável. Balcombe contou ao Discovery que papagaios treinados comunicavam a seus donos quando gostavam ou detestavam um alimento.
Créditos: KAMIL POREMBINSKI, FLICKR
Orangotangos |
Os orangotangos descrevem situações incrivelmente detalhadas usando o corpo. "Claro que os orangotangos não são nenhum Marcel Marceau", compara Anne Russon, professora de psicologia da Faculdade Glendon. "Mas eles certamente conseguem disfarçar seus próprios sinais corporais, a essência da pantomima, revelando um mundo comunicativo riquíssimo”.
Créditos: CUATROK77, FLICKR
Baleia |
Os pesquisadores ainda não conseguiram decifrar totalmente os chamados e canções das baleias, uma comunicação rica em detalhes. Sabe-se que as baleias usam vocalizações diferentes para o acasalamento, a alimentação e outras atividades. A linguagem corporal também é importante.
Luke Rendell, professor da Faculdade de Biologia da Universidade St. Andrews, e sua equipe estudaram as baleias-jubarte do litoral da Nova Inglaterra. "Nosso estudo mostra como a transmissão cultural é vital entre as populações da baleia-jubarte – elas não só aprendem suas famosas canções, como técnicas de alimentação que lhes permitam atenuar os efeitos da mudança climática", explica Rendell ao Discovery Notícias.
Créditos: NOAA
Cães-da-pradaria |
Kimberley Pollard e Daniel Blumstein, pesquisadores do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária na Universidade da Califórnia, estudaram os cães-da-pradaria e outras espécies de roedores, e descobriram que eles têm vozes exclusivas.
“As diferenças entre as vozes dos roedores são muito parecidas com as das vozes humanas", explica Pollard. "Algumas são agudas, outras graves; algumas são suaves, outras roucas. Cada animal também tem um timbre diferente e usa diferentes padrões de ênfase. Cada chamado possui uma assinatura vocal única”.
Créditos: ASLIR, WIKIMEDIA COMMONS
Macacos bonobos |
Os macacos bonobos costumam gritar o que pensam de sua comida, com exclamações semelhantes aos sons humanos, como “hum” e “argh”. Klaus Zuberbühler e Zanna Barro, pesquisadores da Faculdade de Psicologia da Universidade St. Andrews, descobriram isso depois de oferecer vários alimentos aos bonobos em um experimento. Figos e passas ganharam vários "hum", enquanto pimentões mereceram um sonoro “argh”.
Atualmente, os cientistas acreditam que exista uma estrutura básica de vocalização universal entre os primatas. Portanto, falar com os animais, como o Dr. Doolittle, talvez esteja no nosso DNA.
Créditos: PIERRE FIDENCI, WIKIMEDIA COMMONS
Revista Novo Perfil Online
Fonte: Discovery Brasil
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