Nova forma de ensino tecnológico revoluciona escola pobre mexicana
Créditos: Peter Yang |
Existe uma escola primária no México, que assim como sua cidade de Matamoros – na fronteira com os EUA -, é muito pobre. O Sol brilha com seu calor intenso sobre os quase meio milhão de habitantes enquanto a constante guerra contra as drogas explode por lá. Mas através de uma forma de ensino inovadora, os alunos desta escola conseguiram superar todas e quaisquer expectativas, incluindo suas próprias.
As notas dos alunos eram frequentemente baixíssimas. Mesmo aqueles mais promissores não mostravam uma melhora com o tempo, e a típica cena de alunos e professores numa aula chatíssima, sem interesse algum. O professor Sergio Juárez Correa cansou de presenciar estes momentos durante cinco anos, e decidiu fazer a mudança com as próprias mãos.
Ele começou a ler e pesquisar na internet sobre novas formas de ensino, até dar de cara com o trabalho de Sugata Mitra, que por sua vez ensina educação tecnológica na Inglaterra. Desde o fim dos anos 90, Mitra experimentou dar para crianças indianas acesso a computadores. Estas crianças por sua vez aprenderam, por si só, matérias que iam desde a língua inglesa até replicação de DNA!
Nem a pesquisa nem a iniciativa de incitar a auto-educação são novas. Como visto acima, a ideia já vem sendo trabalhada há mais de uma década, e já existem iniciativas como a ONG One Laptop Per Child.
O professor Juárez mergulhou com tudo nessa linha de pensamento, refletindo principalmente no fato de que o mercado de trabalho não está atrás meramente de pessoas que tenham conhecimento de uma determinada área ou que consigam decorar fórmulas matemáticas. Elas precisam querer aprender. Por isso, quando o ano letivo de 2011 começou na escola José Urbina, ele reuniu diversas mesas e colocou alunos para usar computadores com acesso à internet.
Mesmo com a velocidade de navegação limitada e poucos computadores, isso não impediu os alunos de, ao longo de nove meses, mudarem completamente seu comportamento dentro da sala de aula. Sem colocar limites ou restrições do uso destes computadores, o professor perguntou aos seus alunos: “O que vocês querem aprender?” O resultado foi que várias das crianças não só melhoraram, como ficaram no topo das categorias de matemática e linguística de todo o México.
A filosofia de Sugata Mitra, que inspirou Sergio Juárez Correa e tantos outros, é simples: se você não está no comando do seu aprendizado, você não vai aprender direito. E pode até ser que o resto do mundo não esteja preparada para esta nova forma de ensino. Mas não é o caso dos alunos da escola primária José Urbina.
Revista Novo Perfil online
Fonte: Discovery Brasil
Por Alexandre Ottoni e Deive Passos
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