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Filmada na Paraíba, série 'Cangaço Novo' estreou nesta sexta (18); saiba como assistir


‘Cangaço Novo’, sua mais nova série de ação brasileira, que foi rodada no Nordeste, já está disponível no Prime Video.

A produção chegou hoje, 18 de agosto, à plataforma de streaming – pouco depois de ter feito sua estreia oficial no Festival de Gramado – e tem 8 episódios dispóniveis atualmente.

‘Cangaço Novo’ conta a história de Ubaldo (Allan Souza Lima), um bancário morador de São Paulo, que vira cangaceiro ao tomar conhecimento da herança de seu pai biológico. No faroeste brasileiro, Ubaldo, que tem poucas memórias da sua infância, conhece suas irmãs Dilvânia (Thainá Duarte) e Dinorah (Alice Carvalho) e percebe o quanto a vida deles é impactada com problemas estruturais do brasil, como o crime organizado e a política. Para cumprir o legado de seu pai biológico, ele se tornará o novo líder de uma gangue que promete revirar o coração do Nordeste.

Nascido em Mairi - a cerca de 300 km de Salvador - e criado no sertão baiano, o cineasta Aly Muritiba (Deserto Particular/2021) sempre notou que o cinema nacional pouco retratava o sertão contemporâneo. E, quando retratava, era de uma maneira desconectada com a realidade atual, para ele. "O sertão também é cosmopolita, lá tem o garoto que usa a camisa do Barcelona, da mesma maneira que um garoto que vive em Tóquio", observa o cineasta.

E foi o desejo de mostrar um sertão correspondente à atualidade que, entre outros fatores, despertou em Aly o interesse em dirigir a série Cangaço Novo, que estreia nesta sexta-feira (18) no Prime Video, com os oito capítulos disponíveis de uma só vez. "Quando fui apresentado ao projeto, fiquei encantado com a possiblidade de mostrar este sertão onde o ancestral convive com o arcaico de uma maneira contraditória, mas também simbiótica com o mundo contemporâneo e tecnológico", afirma o baiano, que divide a direção com o paulista Fábio Mendonça.

A série conta a história de Ubaldo (Allan Souza Lima), que foi exonerado do Exército e, tempos depois, demitido do banco em que trabalhava. Com o pai adotivo na UTI, desesperado, Allan resolve ir para o sertão cearense, onde pretende receber uma herança, que descobriu recentemente ter direito. Mas, para receber, terá que entrar em acordo com as irmãs Dilvânia (Thainá Duarte) e Dinorah (Alice Carvalho), com quem nunca teve convívio próximo.

Ao chegar na casa das irmãs, é hostilizado e rejeitado por Dinorah. Logo, ele descobre que essa irmã é a única mulher em uma gangue de ladrões de banco. De pulso firme, muito valente, Dinorah rejeita qualquer acordo com o irmão e até o ameaça.

Ubaldo descobre que seu pai era um homem cultuado por ali e, pela semelhança que tem com ele, passa também a ser idolatrado pela população local, até ser chamado a cumprir seu destino como o novo mítico cangaceiro e líder supremo da gangue. Ubaldo terá que enfrentar bandidos, assassinos, policiais corruptos e explodir bancos enquanto embarca em sua jornada.

Estética

Apesar desses ingredientes, Aly diz que o espectador não vai ver uma tentativa de copiar a estética do cinema americano comercial. O cineasta defende que há mais semelhança com o estilo de filmes como Amores Brutos (do mexicano Alejandro González Iñárritu) e o estilo de diretores como o brasileiro Walter Salles e os belgas Irmãos Dardenne.

Mas a série não se limita a exibir a bela paisagem sertaneja nem a criar cenas de ação estilosas. Há também ingredientes dramáticos importantes, como a relação entre os três irmãos. E é isso que deve ser o diferencial da produção para conquistar também o público internacional, segundo Malu Miranda, Head de Conteúdo Original Brasileiro do Prime Video: "O cerne da história é o drama familiar, são irmãos buscando respostas sobre a ancestralidade deles, buscando entender suas identidades e se conhecendo de maneira profunda. Além disso, buscam conhecer sua terra e sua origem e isso é extremamente universal. Então, isso fala com o resto do mundo".

As filmagens aconteceram em seis cidades do Rio Grande do Norte e Paraíba, em duas regiões sertanejas: Seridó e Cariri. Alice Carvalho, que interpreta Dinorah, integrante da gangue, defende que a vegetação e o clima são personagens da série e, sem esses elementos, ela acha que não teria o tônus ideal para a interpretação. "Tinha dias ali que eu fazia duas flexões e já tava com o cão no couro. Dinorah chegava imediatamente e nem precisava meia hora", brinca Alice, com seu acentuado sotaque potiguar.

O sotaque da série, por sinal, é autêntico, já que o elenco é quase 100% nordestino. Além dos atores e atrizes citados, há participação de Marcélia Cartaxo, Luiz Carlos Vasconcelos e Hermila Guedes. Entre os principais intérpretes, só uma não é do Nordeste: Thainá Duarte, a Dilvânia. Mas ela nem teve que mudar o sotaque, já que sua personagem é muda.

"Queríamos ter o Nordeste em tudo. Fomos pra lá bem antes das filmagens, um processo de oito meses. Incorporamos gírias, jeitos de andar e de olhar. Inicialmente, Ubaldo seria de lá, mas ficamos tão impactados com o sertão que mudamos a história para ele ter o mesmo choque que nós, de fora da região, tivemos com o que encontramos lá", diz Fábio Mendonça.

Cangaço Novo foi exibida publicamente pela primeira vez no Festival de Gramado, na última segunda-feira e foi a primeira série a ser exibida na história do evento. Os roteiristas são Fernando Garrido e Erez Milgrom e a produção é da O2 Filmes, de longas como Cidade de Deus. A criação é de Mariana Bardan e Eduardo Melo, que também atuam como roteiristas.

Fonte: CinePOP, Jornal Correio

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