Operação identifica suspeitos de incêndio a ônibus em João Pessoa, que resultou em morte de motorista
Dois mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quarta-feira (23) em Bayeux e em João Pessoa. A ação se deu em meio à operação Kerberos 2, que investiga o incêndio de um ônibus registrado em julho em João Pessoa, quando o motorista e três passageiros ficaram feridos. O condutor do transporte público acabou morrendo dias depois no hospital.
Os mandados, todos expedidos pela 2ª Vara Criminal da Capital, foram cumpridos a partir das cinco da manhã nos bairros de Mário Andreazza e Conjunto Aeroporto, em Bayeux, e Cruz das Armas, em João Pessoa. E a ação foi realizada pela Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado, formada por policiais federais, rodoviários federais, civis, militares e penais da Paraíba. No total, quatro mandados de prisão foram expedidos, mas dois não foram cumpridos e os alvos são considerados foragidos.
Em 28 de julho, um homem suspeito de ser responsável pela parte de logística do ataque, e que teria dirigido o veículo que transportou os autores do crime, já havia sido preso na primeira etapa da operação. E, a partir daí, as investigações conseguiram se aprofundar e identificar mais quatro pessoas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal na Paraíba, foram presos dois homens suspeitos de entrar no ônibus para realizar o ataque e dois mandantes do crime.
Em paralelo a isso, a ação serviu também para tentar levar mais segurança aos dos bairros, que nas últimas semanas foram tomados por alguns homicídios e por ameaças do crime organizado que determinavam fechamento de escolas, creches e postos de saúde.
Cerca de 150 policiais participaram da ação. E em ao menos uma das prisões houve troca de tiros contra o suspeito, que já usava tornozeleira eletrônica e tentou resistir à prisão.
Além disso, numa movimentação que a princípio não estava prevista, dezenas de aves silvestres foram apreendidas na casa de um dos suspeitos. Elas eram mantidas em gaiolas e colocadas para venda, duas práticas proibidas no país.
Relembre o caso
Na noite do dia 17 de julho dois homens armados invadiram o coletivo que faz a a linha 600, entre os bairros de Bessa e Varadouro. Na ação, eles obrigaram o motorista e cinco passageiros a permanecerem no ônibus, atiraram garrafas com combustível e atearam fogo.
A PM foi acionada e resgatou as três vítimas, que foram levadas para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. As outras duas pessoas que estavam no ônibus conseguiram fugir antes que as chamas consumissem o veículo.
Entre os feridos estava uma passageira de 27 anos e um passageiro de 30 anos com ferimentos leves que tiveram alta do hospital ainda na madrugada do dia 19 de julho.
O motorista teve 54% do corpo queimado. Segundo o Hospital de Trauma, ele teve queimaduras no rosto, braços e tórax.
As chamas consumiram o ônibus em poucos minutos e o fogo também atingiu a rede de energia elétrica, deixando parte do bairro sem energia. A ação dos criminosos não ficou registrada em vídeo porque a câmera de segurança presente no coletivo não transmite imagens e foi destruída pelo fogo.
Fonte: G1
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