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'Ouvi uma voz gritando: socorro, alguém me ajude', diz mãe de jovem vítima de feminicídio em Campina Grande


Uma jovem de 23 anos foi morta a facadas na madrugada desta sexta-feira (25) no bairro de Nova Brasília, em Campina Grande. De acordo com a Polícia Civil, a vítima se chama Maria Kaluane dos Santos, e o principal suspeito do crime, o ex-companheiro dela Jonathan Matheus dos Santos Félix, de 31 anos, está foragido. A mãe de Kaluane chegou a ouvir a filha pedindo socorro após ser atacada ao voltar para casa.

O crime aconteceu por volta das 3h, quando Kaluane, conhecida como Luana, voltava do trabalho. Segundo o delegado de homicídios de Campina Grande, Francisco de Assis, ela trabalhava em um bar no bairro do Catolé, e saía do expediente de 1h, voltando para casa à pé, contra a vontade da família.

Ainda segundo o delegado, Luana estava separado de Matheus há alguns meses, mas ele insistia em retomar o relacionamento, tendo ido até a casa dela às 22h da quinta-feira (24), querendo saber o horário que ela chegava do trabalho.

“Na volta para casa, ao chegar próximo de casa, ela foi emboscada e atacada com vários golpes de faca peixeira, e o autor fugiu em seguida”, disse Francisco de Assis.


A mãe de Luane, Adriana Quirino dos Santos, contou em entrevista à TV Paraíba que ouviu quando a filha gritou por socorro no local do crime, e que tentou socorrê-la, mas não conseguiu.

“Meu quarto é de telha, então o que acontece aqui na rua a gente escuta. Eu acordei do nada, de madrugada, e fui orar. Orei por ela, orei por outros familiares, li um versículo e tentei dormir. Como eu não consegui, peguei o celular e no que liguei, ouvi uma voz gritando ‘socorro, alguém me ajude, alguém me ajude’. Só dei um pulo, chamei as irmãs dela e disse: ‘corre que é Luana’”, disse.

A mãe e as irmãs de Luana saíram de casa e avistaram a jovem caída. Elas ainda chegaram a chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas quando a equipe chegou já constatou a morte, com cerca de oito a 10 golpes de faca.

Segundo a mãe da vítima, ela não queria ter mais uma relação com Matheus, mas ele insistia em ter a relação que, inclusive, já tinha histórico de violência doméstica. Luana deixa um filho de três anos com Matheus, que não foi localizado até às 10h.

“Ela não queria vê-lo na frente dela. Onde ela estivesse que ele chegava, ela saía. Teve um tempo em que ele estava dormindo na rua e eu disse ‘arrume um emprego, arrume uma namorada, vá viver sua vida, ela não te quer, mas tem muita mulher por aí’, mas ele não ouvia. A mãe dele me disse agora na delegacia que ele corria atrás dela, mas ela respondia nas mensagens que não queria ele. Só que ele queria viver com ela à força”, completou.

A polícia informa que qualquer informação sobre a localização de Matheus pode ser informada, de forma anônima, por meio do número 197.

Como denunciar casos de violência doméstica na Paraíba?

De acordo com o artigo 5º da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher é caracterizada como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

O atendimento às vítimas pode ser realizado direto nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (disque 180). Para casos de emergência, a Polícia Militar deverá ser acionada (disque 190). Para denúncias anônimas, busque a Polícia Civil (disque 197). O Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, em João Pessoa, que acolhe mulheres vítimas de violência, pode ser acionado pelo número 0800 283 3883.

Fonte: G1

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