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Pais de bebê achado morto em lixeira são indiciados por homicídio triplamente qualificado, na PB


Os pais do bebê encontrado morto dentro de uma caixa de sapato, em uma lixeira, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio triplamente qualificado. O Instituto de Polícia Científica (IPC) constatou que o bebê nasceu com vida, respirou após o parto, mas morreu por asfixia em seguida. Os detalhes foram divulgados em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25).

O crime aconteceu em março, no bairro de Intermares. Uma equipe da polícia foi acionada por um catador de materiais recicláveis que encontrou o bebê sem vida dentro da caixa de sapato enrolada em uma sacola, em uma lixeira. Um vídeo de um circuito de segurança de um edifício próximo ao local flagrou quando o pai do bebê colocou a caixa na lixeira, horas antes do catador encontrá-lo.

De acordo com as investigações da polícia, os pais do bebê declararam em depoimento que a estudante mãe da criança soube da gravidez no início de março e que posteriormente sofreu um aborto espontâneo. A mãe e o pai do bebê são estudantes de medicina, em universidade no litoral sul. Um exame de DNA foi feito para comprovar os laços familiares entre os três envolvidos.

Ainda conforme o depoimento prestado à polícia, a mãe de 22 anos contou que não apresentava sinais típicos de gravidez. Na versão dita para a polícia, ela afirmou que as duas famílias não sabiam da gravidez e que o casal temia a reação dos familiares quando descobrissem. Somente no começo de março é que a jovem teria descoberto que estava grávida, após fazer um teste rápido.

O casal revelou, à época, que no dia 21 de março, a mãe sofreu um aborto espontâneo, por volta das 14h. No mesmo dia, câmeras de segurança de um prédio em Intermares, na Grande João Pessoa, flagraram o momento em que um homem, em que a polícia suspeita ser o pai, de 21 anos, jogou em uma lata de lixo uma caixa, que estava dentro de uma sacola plástica. O corpo do bebê estava dentro da caixa.

Segundo a chefe do Numol Cristiane Helena, o bebê nasceu prematuro, de 35 semanas, e passou cerca de seis a oito horas dentro da caixa de sapato, dentro de um saco plástico, até o descarte no lixo. A perícia constatou que a asfixia não foi por material do parto, e que o laudo atestou que a morte se deu pelo bebê estar em um ambiente com pouco oxigênio.

Já segundo Wanderleia Gadi, delegada de homicídios de Cabedelo, os pais do bebê foram ouvidos três vezes, entre março e junho deste ano. Eles teriam decidido, de forma consensual, pela morte do bebê e foram indiciados por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, por serem os pais, e pela vítima ser um bebê.

Os acusados não se negaram a esclarecer, não fugiram, e também não foram presos em flagrante pois a descoberta da dinâmica só aconteceu após o período para a prisão. Conforme a delegada, sete laudos formam o inquérito cujo relatório foi encaminhado para a Justiça e para o Ministério Público, que podem pedir a prisão do casal.

Fonte: G1

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