Aluna de 11 anos ajuda a desenvolver fórmula para descobrir raiz quadrada de uma nova maneira
Raiz quadrada, a matéria quebra a cabeça de muito aluno.
"O que vai ser a raiz quadrada de 36? Vai ser eu buscar um número que quando fizer ele vezes ele, ele ao quadrado, o resultado vai dar 36. Então a raiz quadrada vai ser quanto? 6!", diz o professor de matemática Frederico Ferreira a seus alunos.
A Júlia Pimenta Ferreira, aos 11 anos, descobriu um jeito de calcular a raiz quadrada sem ficar fazendo um monte de tentativa.
A amiga Lara Barros, 12 anos, mal acreditou. "No começo eu não estava entendendo nada, mas depois que ela me contou, eu achei que ela é muito genial", falou.
"Era algo completamente diferente do tradicional e fantástico. Não era utilizado pelos estudantes, não é ensinado nas escolas, não é ensinado nas faculdades. Foi uma fórmula diferente de resolver o problema", diz o professor Frederico.
"Tô orgulhosa por ter pensado nisso e o Fred ter me escutado", diz Júlia.
A partir da ideia da Júlia, o professor Fred criou uma fórmula enorme e que foi parar numa das revistas científicas de matemática mais importantes do Brasil. E assim, agora, tem um jeito novo de calcular raiz quadrada, o que pra muitos estudantes simplifica bem as contas.
"É bem mais rápido também. Dá pra fazer. Se entendeu a fórmula, por exemplo, dá pra fazer muito mais rápido do que ir testando os números", diz a estudante Laura Russo Resende, 13 anos.
Na revista científica a fórmula está com o nome do professor Fred e da menina de 11 anos que enxergou tudo isso.
"Por mais que hoje essa fórmula sirva apenas, entre aspas, pra um cálculo de raízes quadradas, isso pode, sim, num futuro, talvez próximo, desencadear o estudo de uma teoria mais avançada e, possivelmente, trazer avanços, não somente pra matemática, mas pra comunidade científica como um todo", relata o coordenador Nacional da Sociedade Brasileira de Matemática, Gustavo Araújo.
Para Júlia e para os colegas, essa é uma experiência estimulante sobre a matéria.
"Eu fiquei surpreso, porque eu nunca ia pensar uma coisa desse tipo. É um cálculo, assim, profundo, que não iria passar em nenhum momento pela minha cabeça", diz o aluno Otto Kloser, 12 anos.
"Para mim, antes, eram só regras que você tinha que seguir. Aí depois que eu inventei, ficou como se fosse regras que você tinha que seguir, mas que você podia criar novas", completa Júlia.
Para o professor, ficou a lição de que esta troca na sala de aula com os alunos é uma conta que fecha redondinha.
"Não é só algo legal e bonito. É algo simples e genial. É uma ideia que te traz novos caminhos e novas possibilidades", conclui.
Jornal Nacional
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