Menina vítima de estupro em Aroeiras, PB, não frequentava creche há 3 meses e foi internada por desnutrição crônica
A menina de dois anos que morreu por suspeita de estupro na quinta-feira (18), em Aroeiras, não frequentava a creche há três meses e passou quase um mês internada por desnutrição crônica e anemia grave, no Hospital Arlinda Marques, em João Pessoa. O pai está preso suspeito de estuprar a criança.
A criança foi identificada como Ana Cecília Gomes Barbosa, que tinha suspeita de autismo e não falava.
A Secretaria de Saúde da Paraíba disse ao g1 que registrou uma internação de Ana Cecília no Hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, para tratamento de desnutrição crônica e anemia grave, no período de 18 de junho até 8 de julho.
De acordo com a SES, a criança chegou ao local necessitando de cuidados intensivos e teve anemia em consequência da desnutrição. Ana Cecília recebeu o tratamento adequado e recebeu alta por melhora, com indicação de acompanhamento ambulatorial com hematologista e nutrologia.
O g1 entrou em contato com a delegada Suelane Guimarães, para saber se maus tratos estão sendo investigados, porém, até a última atualização desta matéria, não obteve retorno.
Funcionários da creche disseram à TV Paraíba que a última vez que a criança frequentou o local foi em uma festa de dia das mães, em maio deste ano. A mãe informou à creche que a filha estava em tratamento para leucemia, em um hospital de João Pessoa, e por isso deixou de ir para as aulas.
O Hospital Laureano, referência em tratamento de crianças com câncer na Paraíba, afirmou que não há registros de atendimento da menina no local e que não existem filas para atendimento de crianças. Ainda disse que, se Ana Cecília tivesse recebido o diagnóstico de leucemia, a unidade de atendimento deveria encaminhá-la diretamente para o Hospital Laureano.
Velório de Ana Cecília
O velório da menina aconteceu no início da tarde desta sexta-feira (19), em Aroeiras, no Agreste da Paraíba. A morte da criança foi registrada na manhã de quinta-feira (18), no Hospital Municipal de Aroeiras. O pai da menina foi preso suspeito do crime e aguarda audiência de custódia.
O corpo de Ana Cecília Gomes Barbosa foi examinado no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de Campina Grande e liberado na noite da quinta-feira (19). A família esteve no local e retirou o corpo na manhã desta sexta-feira (19).
Entenda o caso
De acordo com a delegada, a criança vinha dormindo há 10 dias com o pai, no colchão da sala, porque a mãe havia tido bebê e passou a dormir na cama com a recém-nascida.
"A mãe percebia todas as noites que a filha chorava, gritava, e ontem de forma mais frequente demonstrava dor. A criança não falava, porque tem suspeita de autismo, e quando ela foi pegar a criança, ela percebeu que o lençol da cama tinha sido trocado", diz a delegada.
Ao perceber que o lençol havia sido trocado e suspeitando do que teria acontecido, a mãe da criança exigiu que ele a levasse ao hospital. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito já tinha um histórico de ter realizado um estupro, mas o caso não foi formalmente denunciado.
Ao chegar ao hospital, porém, no fim da manhã desta quinta (18), a criança estava sem movimento nas pernas e com alguns hematomas. O suspeito saiu preso do hospital. Junto com a esposa, foram levados à Delegacia de Queimadas, onde foram ouvidos pela delegada Suelane Guimarães.
O suspeito foi encaminhado para a carceragem da Central de Polícia de Campina Grande e aguarda a audiência de custódia, que deve acontecer nesta sexta-feira (18).
Como denunciar
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:
- 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
- 180 (Central de Atendimento à Mulher)
- 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
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